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quarta-feira, abril 08, 2009

Cadela Sarnenta

Essa é a História de Thais Samiuchi, irmã mais velha de Bruna Samiuchi apresentada anteriormente no texto “Cadela Abandonada”, Thais é a garota de peruca azul que recebe o dinheiro de Bertunni.

http://tarrasquearqueiro.blogspot.com/2006/07/cadela-abandonada.html

Os fatos relatados nessa história ocorreram nove meses antes dos ocorridos em “Cadela Abandonada”.


Meia noite de vinte quatro minutos, a garota sozinha na praça escura apaga o cigarro ao perceber o Honda preto com quatro garotos dentro buzinar e fazer a volta no meio da rua, ela olha para os lados procurando movimento, esta sozinha.
- Oi gata, o que você faz por trinta?
- Oi "GATO"... Olha, por trintinha eu posso cagar e mijar na sua boca seu pivete retardado!
- Se fudeu grandão! - Diz o garoto branco de cabelo miojo - Eu falei pra você deixar quieto essa peruana magrela.
A garota se abaixa e olha através janela do carona ignorando o rapaz que a havia abordado.
- Peruana é a puta da sua mãe, eu sou japonesa seu merda, e pode ficar tranqüilo viado que eu não vou roubar o teu machinho cabeludo não... Não precisa ter ciúmes.
O garoto de cabeludo olha para o amigo rindo.
- Cara essas vadias fumam craque o dia inteiro, dai a gente vem aqui na maior boa vontade querendo ajudar e é destratado assim, "PUTA" mancada, vamo embora que já deu pra ficar atordoado com tanta patada.
Quando ele diz isso repara que o amigo sentado ao seu lado, alem de não rir encara muito assustado a prostituta, ele então se volta na direção dela e fica estatico.
- Então... Os viadinhos podem até ir embora, mas passem as carteiras e a garrafa pra mim - Empunhando o trinta e oito de cano curto a Japonesa olhava ansiosamente para os lados, transparecendo ansiedade.
Os garotos assustados entregam as carteiras.
- Pode ficar com o dinheiro moça, mas devolve os documentos, por favor! O documento do carro ta ai dentro.
- É isso ai princesa, juro que se você devolver os documentos a gente vai embora direto pra casa, sem policia e sem nenhum problema pra ninguém.
- Mas eu já estou tranqüila, se quiserem me denunciar é só dobrar a esquerda na próxima avenida e quando chegarem na praça vão ver a delegacia - Ela falava enquanto revirava a carteira de um dos garotos - Dai chegando lá é só vocês pedirem para falar com o Samuel Prado, é um negão, acho que é cabo sei lá, ele me "atendeu" da ultima vez que eu fui passar a noite lá, é só dizer "Puta, Armada, Japonesa, Louca" dizendo qualquer uma dessas com essa cara de viado gripado que vocês estão ele já vai sacar na hora.
O Rapaz no banco de trás que tinha ficado quieto até agora começou a falar, tentando ridiculamente parecer calmo.
- Puta que o pariu, a gente ta bêbado e falou besteira, mas devolve o documento por favor, o carro nem é do pai do moleque, a gente vai complicar o coroa se você não devolver.
- Mimimi... Pau no cu dele, e deixa eu acabar de falar sua bicha preta, não tem nada haver com o que vocês falaram ou não, quatro punheterinhos num carro, mesmo se vocês tivessem me chamado de madame e me convidado pra ir tomar sopa eu é que ia foder vocês, já estava escrito - A garota que antes tinha uma aparência franzina e debilitada, soava aterrorizante, explodindo num riso cínico - Some daqui Bruninho!
Ela volta o olhar pra eles com o RG do garoto de cabelos cacheados nas mãos, o lápis passado no olho direito retém uma gota de suor que escorre negra marcando seu rosto deixando a cara da piranha ainda mais assustadora, Bruno treme.
- Imagina eu presa contando pra dona Juciara que o pinto do filho dela tem três centímetros e que ele quis lamber o saco do amigo enquanto comia o meu cu - Imagina a cara dela ouvindo isso Bruninho, tem um telefone aqui, vamo ligar pra ela? Ou quem sabe quem atende é o Otavio? Seu pai né? Ele mora com vocês Bruno? Ele sabe que você é viado?
O Rapaz do banco de trás grita, Surpreendendo Thais por um momento.
- Devolve essa porra agora sua biscate chapada do caralho, eu num tenho medo desse trabuco velho não.
Após a breve surpresa Thais esperou alguns segundos, o silencio e a falta de habilidade do rapaz em se manter ameaçante era tão ridícula que foi difícil controlar o riso.
- Nossa deu até um tesão agora Moleque, se quiser sai do carro que eu até dou pra você de graça, tipo... Eu to com uma micose, se você não ligar eu acho que to no clima depois desse grito. Parecia até meu pai.
O rapaz pragueja e se recosta vencido no banco traseiro do carro.
Ela engatilha a arma.
- Dez.
- O que?
- Nove.
- Puta merda a gente entregou tudo pra você, o que você vai fazer com a merda do documento?
- Quatro... Três!
Os garotos saem cantando pneu, nas carteiras duzentos e sessenta reais, cartões e outras porcarias.
Thais Samiuchi, guarda as carteiras na bolsa, ficando apenas com o documento do carro na mão, vai até o meio fio e joga o documento na boca de lobo.
- Chupa essa Bruninho.

Maia.

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