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sexta-feira, dezembro 22, 2006

ÚLTIMO CRIME

Na noite da sua morte. Na hora marcada...Na exata hora. Ali estava ele. Cabisbaixo, encostado na parede, sozinho na noite fria. Lá, ele esperava seu algoz. Sabia da inevitabilidade de seu fim, então melhor esperar sentado. Sairia definitivamente desse mundo de lágrimas e ódio...Na noite dos gritos. Na hora marcada...Na triste hora. Ele estava tremendo. Ansioso e indeciso, sentado na calçada, fumando sozinho. Não tinha para onde fugir. Ele chorava...Sua miséria, sua vida...Tudo aquilo que possuía estava perdido. Uma decisão. Um erro. O suficiente para destruir uma vida. O suficiente para destruir sua vida! Não há tempo para arrependimentos agora...Ah, se eu pudesse voltar o tempo...Besteira! Fiz o certo e faria tudo outra vez...Idiota é aquele que luta contra o intransponível. Cale-se!! De que adianta divagar agora???? O fim é agora, já posso sentí-lo em mim! Oh Deus, eu também ouço! Ah, que ironia um de meus últimos pensamentos ser um clamor à Deus. Mas essa será minha única súplica...Somente a essa entidade me mostrarei vencido. Não me humilharei mais. Mas sei que no momento final fraquejarei e mesmo diante do fato...Ei de pedir e implorar pateticamente...Basta! Não darei essa última vitória a ele. Minha morte será o meu último crime.

MAIA.

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